quinta-feira, 27 de junho de 2013

Eletromiografia



  Eletromiografia é a técnica que permite o estudo da atividade neuromuscular a partir do registro gráfico da atividade do músculo esquelético. Técnica experimental relacionada com o desenvolvimento, gravação e análise do sinal mioelétrico.
           Existem dois tipos de eletromiografia. A de profundidade, que é feita com agulhas inseridas nos músculos, porém é muito pouco utilizada, devido ser altamente invasiva, de alto valor e muito dolorida. Já a técnica de superfície não é invasiva, não causa dor e avalia o músculo na sua totalidade, ou seja, a soma da atividade elétrica produzida pelas fibras musculares ativadas. O grande problema da técnica de eletromiografia de superfície é que ela não consegue captar sinais de músculos profundos.
               A musculatura envolvida influencia no tipo de sinal coletado como mostro a seguir: 
 Tipo I (fibra lenta):

  •   Baixo limiar; 
  •  Resistentes à fadiga;  
  • Maior quantidade e tamanho de mitocôndrias; 
  • Alta atividade enzimática aeróbia;
  Tipo II (fibra rápida):

  •   Alto limiar;
  •  Menos resistentes à fadiga;
  • IIa e IIb (ou IIx):
    • IIa: (metabolismo glicolítico oxidativo, resistência intermediária);
    • IIb: (metabolismo glicolítico, resistência baixa).
Em uma contração muscular as fibras de baixo limiar são recrutadas primeiramente, e posteriormente, se o músculo ter dificuldade para realizar o movimento ele ativara as fibras de alto limiar.
A eletromiografia capta o somatório dos potenciais de ação das unidades motoras encontradas na periferia dos eletrodos. Ou seja, quanto maior o numero de potenciais de ação, maior a atividade elétrica, maior a magnitude do sinal eletromiográfico.

Uma das formas de ver a eletromiografia é em relação a fadiga muscular, quando:
  Em condições submáximas:

  •  Aumento da amplitude do sinal;
  • Aumenta o recrutamento de unidades motoras ao longo do tempo.
  Em condições máximas:

  • Diminui a amplitude do sinal;
  •   Diminui a velocidade de condução do sinal, pois as fibras menos resistentes vão fadigando. 

                            Aluna realizando o teste de eletromiografia

terça-feira, 18 de junho de 2013

Experimentação Animal

Na última aula visitamos o Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), uma referência nacional em saúde pública que investe forte em núcleos de pesquisa científica. No subsolo do complexo está situada a Unidade de Experimentação Animal (UEA), no qual diversas linhas de pesquisa com animais são desenvolvidas com o objetivo de expandir o conhecimento na grande área da saúde, permitindo que a população se beneficie destes resultados.
Diversos autores têm estudado animais no intuito de entender as adaptações decorrentes de programas de treinamento físico em humanos. Visto que o organismo de vários animais se assemelha com o de seres humanos, é possível estabelecer comparações entre ambos. Diversos pesquisadores submeteram ratos idosos a protocolos de treinamento aeróbico e verificaram que houve melhora da vaso-reatividade da artéria femoral. Encontramos poucos estudos que relacionaram melhora nestes parâmetros com o treinamento de força, mas, aqueles que o fizeram, corroboram com os achados supracitados, relatando significativa melhora da função endotelial. Estudos como estes tornam-se relevantes a partir do conhecimento de que as doenças cardiovasculares se constituem como um fator associado ao processo de envelhecimento e conclusões podem ser inferidas a partir de protocolos de exercício realizado com animais.
É importante salientar que a UEA segue normas internacionais rigorosas de respeito à vida dos animais de laboratório e é necessário prestar relatório da utilização dos mesmos, de modo a manter controle sobre o que está sendo executado. A unidade conta com estrutura para abrigar animais de pequeno e médio porte, tais quais: camundongos, ratos, cobaios, coelhos, cães, gatos, suínos, ovelhas e peixes. Atualmente, mais de 984 animais podem ser encontrados no laboratório. Dentre os aparelhos utilizados para realizar os testes físicos observamos piscinas e esteiras. Cabe destacar que os equipamentos são obtidos conforme a necessidade dos grupos de pesquisa e são remodelados para novas intervenções.
Equipamentos/ Aparatos
Esteira desenvolvida para protocolo de exercício com ratos






Sala de cirurgia para animais


REFERÊNCIA

HARRIS, M. Brennam; SLACK, Kristen N; PRESTOSA, David T.; HRYVNIAK, David J. Resistance training improves femoral artery endothelial dysfunction in aged rats. European Journal of Applied Physiology. 2010, Vol.108(3), pp.533-540.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Termorregulação em diferentes ambientes de prática esportiva

Aula Prática

Nessa aula prática, nós realizamos um protocolo de exercício no calor para avaliar a termorregulação corporal e as condições de hidratação antes, durante e após exercício físico.
Para realização do teste, foi escolhido um aluno. Esse aluno foi orientado sobre o protocolo do exercício antes de iniciá-lo.

O protocolo:

Em uma sala com a temperatura de 20°C foi mensurado antes do exercício a massa corporal do aluno e a temperatura corporal (via oral), o mesmo ocorreu após o exercício. Além disso, também foram analisadas amostras de urina pré e pós-exercício para determinar o grau de hidratação. Os resultados estão demonstrados na tabela abaixo.
Para a determinação da coloração da urina foi utilizada a escala de cor abaixo:




Para analisar a gravidade específica da urina foi utilizado um refratômetro.

O teste foi feito em uma bicicleta ergométrica dentro de uma câmara ambiental com temperatura de 45°C e umidade relativa do ar de 15. A cada cinco minutos eram verificados a temperatura corporal, a frequência cardíaca e a percepção de esforço de acordo com a escala de Borg. Na tabela abaixo estão os dados coletados.

Temperatura (°C) da sala: 20°C
Umidade Relativa: 32
Temperatura (°C) da câmara: 45°C
Umidade Relativa: 15

Marcadores de hidratação e temperatura corporal
Gravidade Específica da Urina (GEU)
Coloração da Urina
Massa Corporal
Temperatura Oral (°C)
Pré: 1.008
3
96 kg
35,7°C
Pós:  1.011
4
95,5kg
35,9°C

Variáveis fisiológicas durante o exercício
Min.
0’
5’
10’
15’
20’
T (°C)
36°C
36,2°C
36,3°C
36,7°C
36,8°C
Percepção de Esforço
6
9
9
11
12
FC
100 bpm
127 bpm
134 bpm
138 bpm
142 bpm

Questões
1. Quanto às condições iniciais do colega? Ele estava hidratado ou desidratado? E quanto à temperatura corporal, ele estava em hipertermia?

Antes de começar o exercício, o colega estava hidratado. Podemos constatar a hidratação através da amostra de urina coletada pré-exercício que mostrou tanto coloração (3) quanto gravidade específica (1.008) adequadas. Outra forma de se saber o estado de hidratação seria através da percepção de sede.
Em relação à temperatura corporal, o colega estava em condições normais (35,7°C)
2.  Monte um gráfico e explique fisiologicamente o comportamento encontrado em FC e T durante o protocolo de exercício no calor.
3. Se não houvesse alteração na massa corporal, como você justificaria isso?
4. Baseado no estado de hidratação após o protocolo de exercício no calor, que estratégia de reidratação você adotaria? Justifique.

O colega após o protocolo demonstrou desidratação. Essa desidratação pode ser constatada por três variáveis: a coloração da urina (que ficou mais concentrada – grau 4), gravidade específica da urina (que aumentou – 1.011) e a massa corporal (que alterou 95,5kg) conforme a tabela 1. Como o tempo de exercício não ultrapassou 60 minutos, a melhor forma de reidratação seria a ingestão de água pura.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

TESTE ERGOMÉTRICO

O teste ergométrico é um teste de esforço físico que serve para visualizar a atividade elétrica do coração durante o exercício físico. É utilizado principalmente para diagnóstico e estimativas de doenças cardiovasculares

O modelo de execução da avaliação é muito semelhante ao teste de ergoespirometria. É um teste físico que pode ser realizado na esteira ou bicicleta ergométrica durante um aumento progressivo de carga. Esse aumento ocorre tanto no aumento de velocidade quanto na inclinação da esteira, dependendo do protocolo utilizado na avaliação. No indivíduo avaliado são posicionados eletrodos (conforme imagem anexada no final da postagem) que farão o registro da atividade elétrica do coração durante o esforço físico.

Como pode ser visualizado nas fotos anexadas, após finalizada a avaliação, podemos encontrar os resultados de frequência cardíaca, débito cardíaco, débito sistólico, DP (fc x pas) máximo e MET máximo.